Na sexta-feira passada (14/03) tivemos uma degustação de cervejas caseiras na Padaria Metrópole, na trindade.
As cervejas da noite foram a Sambaqui Ale, do Filipe Costa, as cervejas Avatar Trigueira e Laranjinha do Tiago Costa (não são irmãos!!), e a Tietê Ale, do Ricardo Panarotto e Cia.
Infelizmente não tínhamos nenhuma Opus para levar, pois as Opus XV (Strong Golden Ale) e Opus XVI (Brown Ale) estavam há poucos dias na garrafa.
A Sambaqui Ale é a primeira leva da Cervejaria Anitápolis, do Filipe Costa, e neste dia foi sua estréia na Padoca. É uma american amber ale muito boa, com lupulagem aromática bem presente e 6% de teor alcoólico. Tive a satisfação de ajudar o Filipe nesta primeira brassagem, juntamente com o Donatti. Para mais informações sobre as cervejas do Filipe, leiam o seu blog (http://cervejariaanitapolis.blogspot.com)
As cervejas do Tiago Costa dispensam apresentação. A Avatar já era famosa na ilha muito antes de conhecermos o Tiago, e é uma honra termos o nobre cervejeiro do canto da lagoa como membro do nosso grupo.
A primeira Avatar da noite foi a Canelinha, cerveja de trigo avermelhada com aroma e sabor suave de canela, com 5 tipos de malte e canela em pau (5%vol.). Em seguida degustamos a ExperimentAle, a primeira experiência do Tiago com estilo belga, com casca de laranja, coentro, melado e seis tipos de malte. Encorpada, escura e baixo amargor com teor alcoolico de 6,5%.
Por último degustamos a cerveja Tietê ale, de Ricardo Panarotto e Cia. A cerveja apresentava uma grande quantidade de fermento em suspensão, e por este motivo foi batisada jocosamente por eles de Tietê. A cerveja sofreu um pouco com o excesso de fermento, mas mesmo assim demonstrou que eles estão no caminho!
Além destes cervejeiros estavam na padoca outros cervejeiros como o Raphael Tonera, o Reinoldo Steinhaus (do Chopp Ilhéu), o Rafael (da Coruja), eu, o Murilo, o João e o Fabito, que fizeram sua primeira leva ontem (domingo), e mais alguns futuros cervejeiros que também estão prestes a começar. O Donatti, que levaria sua Quarta Leva Stout, não pode ir na última hora.
Como podemos perceber, o movimento de cervejas caseiras em Florianópolis e região está se fortificando! Que venham novos cervejeiros!
segunda-feira, 17 de março de 2008
segunda-feira, 10 de março de 2008
Brassagem da Opus 17 - Pilsen
Este fim de semana voltamos ao trabalho depois de umas semanas envolvidos em outro projeto cervejeiro, a ser relatado por nós em breve. E resolvemos voltar com um desafio: fazer nossa primeira cerveja de baixa fermentação.
Quem faz cerveja em casa sabe que é muito mais fácil fazer uma cerveja de alta fermentação (ale) do que fazer uma de baixa fermentação (lager), e o principal motivo é o controle de temperatura. Enquanto uma ale fermenta em temperaturas próximas à temperatura ambiente (entre 18 e 25C), uma lager precisa de temperaturas mais baixas, entre 9 e 15C. Outra dificuldade está no fato de que as lagers possuem sabor bem mais "limpo" do que as ales, e qualquer problema no processo acaba ficando evidente no sabor da cerveja pronta. É mais fácil mascarar os problemas em uma ale!!
O estilo escolhido foi uma Pilsen da Bohêmia. Mas antes que alguém se assuste achando que estamos tentando clonar a Bohêmia, na verdade é o estilo da Pilsen original (opa, também não é aquela Original) da República Tcheca, onde o estilo foi criado. As principais características deste estilo são o sabor acentuado de malte e um amargor intenso, além do aroma característico de lúpulo.
Já estávamos há tempo querendo fazer uma pilsen, e nosso interesse pelo estilo aumentou quando tive a oportunidade de comprar a Pilsener Urquell na Argentina por 5 reais a lata de 500ml, e também de provar a Pilsen da Antares, de Mar del Plata. Ambas são cervejas maravilhosas, muito diferentes das nossas "pilsens".
O sabor especial de malte das pilsens da República Tcheca vêm de uma técnica chamada de decocção, onde parte do malte é fervido durante a mosturação para fazer a rampa de temperaturas. Neste processo é produzida uma substância chamada melanoidina, que é responsável por este sabor característico. Não tentamos reproduzir esta técnica em casa, mas contamos com a ajuda da maltaria alemã Weyermann, que fornece um malte chamado Melanoidin, que, utilizado nas quantidades corretas, confere o sabor derivado da decocção sem a necessidade desta técnica. Se fica igual, não sabemos, mas é muito mais prático!
Utilizamos malte pilsen e 4% de melanoidina. Não colocamos mais com medo de tornar a cerveja muito vermelha, o que a descaracterizaria como pilsen. Utilizamos lúpulo Magnum para amargor e lúpulo Saaz, que é o lúpulo característico deste estilo, como aromático. A lupulagem aromática foi realizada em 3 momentos, a primeira a 20 minutos do final da fervura, a segunda a 5 e a última logo após o final. O amargor pretendido foi de 35 IBU. Como comparação, as "pilsens" brasileiras tem em torno de 12 IBU, e a Heineken, que muita gente acha amarga, tem em torno de 18 IBU. A densidade inicial ficou em 1.056, o que nos dará em torno de 5.5% de álcool.
Após muito trabalho paralelo lavando garrafas, enchendo postmixes e engarrafando cerveja, terminamos a brassagem e já sentimos na pele a dificuldade de se produzir uma lager. O dia estava muito quente, com uma temperatura em torno de 30C dentro de casa, e na hora de resfriar o mosto a temperatura mais baixa que conseguimos com o nosso equipamento foi de 31C. Pensamos em tentar alguma alternativa como colocar o mosto em galões de água no freezer para baixar mais a temperatura, mas como estávamos mortos de cansaço e fomos tranquilizados por cervejeiros mais experientes de que isto não faria tanta diferença na cerveja, resolvemos colocar o fermento com esta temperatura, para em seguida colocá-la no freezer para fermentar a 12C. Mas já iremos pensar em alguma alternativa para as proximas lagers.
Utilizamos 2 pacotinhos de 11g de fermento seco Saflager S-23 em um dos galões e uns 250ml de fermento líquido fornecido pelo Raphael Tonera. O fermento líquido nada mais era do que a primeira geração do mesmo S-23 utilizado pelo Raphael em uma brassagem anterior. É uma boa oportunidade para verificarmos o resultado do reaproveitamento do fermento.
Agora é esperar. Deixaremos a cerveja fermentando por umas 3 semanas, em seguida iremos colocá-la para maturar por mais umas 2 semanas e depois iremos engarrafar e colocar no postmix.
Quem faz cerveja em casa sabe que é muito mais fácil fazer uma cerveja de alta fermentação (ale) do que fazer uma de baixa fermentação (lager), e o principal motivo é o controle de temperatura. Enquanto uma ale fermenta em temperaturas próximas à temperatura ambiente (entre 18 e 25C), uma lager precisa de temperaturas mais baixas, entre 9 e 15C. Outra dificuldade está no fato de que as lagers possuem sabor bem mais "limpo" do que as ales, e qualquer problema no processo acaba ficando evidente no sabor da cerveja pronta. É mais fácil mascarar os problemas em uma ale!!
O estilo escolhido foi uma Pilsen da Bohêmia. Mas antes que alguém se assuste achando que estamos tentando clonar a Bohêmia, na verdade é o estilo da Pilsen original (opa, também não é aquela Original) da República Tcheca, onde o estilo foi criado. As principais características deste estilo são o sabor acentuado de malte e um amargor intenso, além do aroma característico de lúpulo.
Já estávamos há tempo querendo fazer uma pilsen, e nosso interesse pelo estilo aumentou quando tive a oportunidade de comprar a Pilsener Urquell na Argentina por 5 reais a lata de 500ml, e também de provar a Pilsen da Antares, de Mar del Plata. Ambas são cervejas maravilhosas, muito diferentes das nossas "pilsens".
O sabor especial de malte das pilsens da República Tcheca vêm de uma técnica chamada de decocção, onde parte do malte é fervido durante a mosturação para fazer a rampa de temperaturas. Neste processo é produzida uma substância chamada melanoidina, que é responsável por este sabor característico. Não tentamos reproduzir esta técnica em casa, mas contamos com a ajuda da maltaria alemã Weyermann, que fornece um malte chamado Melanoidin, que, utilizado nas quantidades corretas, confere o sabor derivado da decocção sem a necessidade desta técnica. Se fica igual, não sabemos, mas é muito mais prático!
Utilizamos malte pilsen e 4% de melanoidina. Não colocamos mais com medo de tornar a cerveja muito vermelha, o que a descaracterizaria como pilsen. Utilizamos lúpulo Magnum para amargor e lúpulo Saaz, que é o lúpulo característico deste estilo, como aromático. A lupulagem aromática foi realizada em 3 momentos, a primeira a 20 minutos do final da fervura, a segunda a 5 e a última logo após o final. O amargor pretendido foi de 35 IBU. Como comparação, as "pilsens" brasileiras tem em torno de 12 IBU, e a Heineken, que muita gente acha amarga, tem em torno de 18 IBU. A densidade inicial ficou em 1.056, o que nos dará em torno de 5.5% de álcool.
Após muito trabalho paralelo lavando garrafas, enchendo postmixes e engarrafando cerveja, terminamos a brassagem e já sentimos na pele a dificuldade de se produzir uma lager. O dia estava muito quente, com uma temperatura em torno de 30C dentro de casa, e na hora de resfriar o mosto a temperatura mais baixa que conseguimos com o nosso equipamento foi de 31C. Pensamos em tentar alguma alternativa como colocar o mosto em galões de água no freezer para baixar mais a temperatura, mas como estávamos mortos de cansaço e fomos tranquilizados por cervejeiros mais experientes de que isto não faria tanta diferença na cerveja, resolvemos colocar o fermento com esta temperatura, para em seguida colocá-la no freezer para fermentar a 12C. Mas já iremos pensar em alguma alternativa para as proximas lagers.
Utilizamos 2 pacotinhos de 11g de fermento seco Saflager S-23 em um dos galões e uns 250ml de fermento líquido fornecido pelo Raphael Tonera. O fermento líquido nada mais era do que a primeira geração do mesmo S-23 utilizado pelo Raphael em uma brassagem anterior. É uma boa oportunidade para verificarmos o resultado do reaproveitamento do fermento.
Agora é esperar. Deixaremos a cerveja fermentando por umas 3 semanas, em seguida iremos colocá-la para maturar por mais umas 2 semanas e depois iremos engarrafar e colocar no postmix.
quarta-feira, 5 de março de 2008
Pubs de Buenos Aires
No final de fevereiro eu e a Rosi (minha namorada) passamos alguns dias em Buenos Aires, e claro, aproveitei para visitar alguns Pubs e provar algumas cervejas.
Apesar de ser minha 3a vez na cidade, ainda não havia tido oportunidade de conhecer muitos pubs, e para não perder tempo em armadilhas para turistas entrei em contato com um colega do Ratebeer, o Nicolás (Fukito).
O Nicolás é um cervejeiro caseiro e apreciador de cervejas bem ativo no ratebeer e eu sabia que podia contar com suas dicas. Ano passado o Júnior da padoca, em uma visita à B.As., havia se encontrado com ele e aprovou as suas dicas e sua hospitalidade.
Logo na primeira noite já marcamos um encontro para conversar e tomar umas cervejas. Eu e a Rosi fomos até a sua casa para provarmos suas cervejas, e em seguida fomos a 2 pubs.
A primeira cerveja que tomamos na sua casa foi uma excelente Pilsen de estilo alemão, inspirada na Bitburger. Em seguida provamos uma American Pale Ale, super equilibrada e saborosa. E por último, uma maravilhosa Double India Pale Ale, de meros 110IBU. As cervejas do Nicolás são muito boas, e a característica que mais me chamou atenção foi a sua transparência, que segundo ele é obtida com muito tempo de maturação e sem ajuda de nenhum agente clarificante.
Apesar de ser minha 3a vez na cidade, ainda não havia tido oportunidade de conhecer muitos pubs, e para não perder tempo em armadilhas para turistas entrei em contato com um colega do Ratebeer, o Nicolás (Fukito).
O Nicolás é um cervejeiro caseiro e apreciador de cervejas bem ativo no ratebeer e eu sabia que podia contar com suas dicas. Ano passado o Júnior da padoca, em uma visita à B.As., havia se encontrado com ele e aprovou as suas dicas e sua hospitalidade.
Logo na primeira noite já marcamos um encontro para conversar e tomar umas cervejas. Eu e a Rosi fomos até a sua casa para provarmos suas cervejas, e em seguida fomos a 2 pubs.
A primeira cerveja que tomamos na sua casa foi uma excelente Pilsen de estilo alemão, inspirada na Bitburger. Em seguida provamos uma American Pale Ale, super equilibrada e saborosa. E por último, uma maravilhosa Double India Pale Ale, de meros 110IBU. As cervejas do Nicolás são muito boas, e a característica que mais me chamou atenção foi a sua transparência, que segundo ele é obtida com muito tempo de maturação e sem ajuda de nenhum agente clarificante.
Bebendo cerveja na casa do Nicolás (foto by Rosi)
Antares Pub
Em seguida fomos no Bangalore, Pub com orientação indiana que fica também em Palermo. O Pub oferece várias cervejas, entre elas uma cerveja estilo Real Ale, da Stone, uma cervejaria argentina que por um tempo manteve vínculos com a chará americana. Infelizmente quando fui lá a cerveja estava em falta, e tive que me contentar com Antares e Otro Mundo. Para acompanhar, um delicioso prato indiano.
Bangalore
Em breve falarei sobre os outros Pubs que visitei em Buenos Aires.
Em seguida fomos no Antares Pub, no bairro Palermo. A Antares é uma cervejaria artesanal de Mar del Plata, no litoral Argentino. O lugar, além de muito agradável, oferece todas as cervejas da Antares em barril e garrafa. Já havia provado algumas delas, e o que me chamou mais atenção foi o último lançamento, uma Pilsen "Original" seguindo o estilo das cervejas da República Tcheca. Uma pilsen com aroma maravilhoso de lúpulo e amargor acentuado. Realmente muito boa.
Bangalore
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