terça-feira, 29 de abril de 2008

Opus no Big Brew Day

Aproveitando a dica postada no blog da Acerva Mineira, resolvemos nos inscrever para participar do Big Brew Day, que será realizado dia 03 de maio. Pelo que pudemos verificar, somos até o momento os únicos participantes do Brasil. Nosso número de inscrição é o 215.

Neste dia, cervejeiros caseiros de vários países irão fazer a mesma receita de cerveja ao mesmo tempo, e a receita escolhida é uma homenagem ao grande Michael Jackson, o Beer Hunter, que faleceu no ano passado. Trata-se da Fuller´s Chiswick Bitter, a cerveja que o Michael costumava beber no Pub que frequentava.
No ano passado foram produzidos mais 34 mil litros, por mais de 4 mil participantes em todo o mundo.
A receita para a cerveja apresenta algumas dificuldades para ser reproduzida no Brasil, pois os ingredientes listados não são disponíveis por aqui. Porém, adaptando a receita é possível fazer algo que se aproxime. Em contato por email com os organizadores, fomos informados de que não há problema nestas adaptações (ver email abaixo).
Convidamos a todos que queiram participar conosco para nos enviar um email (opusc3@gmail.com). Faremos um churrasco no dia para acompanhar a brassagem.
Após o evento iremos postar fotos e comentários sobre o dia.
Até lá!


Email de resposta dos organizadores sobre a adaptação de receitas:

Hi Marco,

Thanks for registering your Big Brew site!

You are not alone in this ingredient problem, but since it is in the nature of homebrewers to improvise this is not a problem. The hop shortage worldwide as well as the grain prices have made this year's recipes challenging. Please feel free to substitute ingredients where necessary, and have a great day brewing!

Cheers,
Janis Gross
AHA Project Coordinator
janis@brewersassociation.org
303-447-0816 x134

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Opus 17 Pilsen - Segundo teste

Para o segundo teste, resolvemos compará-la com uma Pilsen alemã, a Wernesgrüner, uma pilsen que gostamos muito.
Eu nunca havia provado uma pilsen de estilo tcheco lado a lado com uma de estilo alemão, e as diferenças ficaram bem evidentes.

À esquerda Opus Pilsen e à direita a Wernesgrüner

Começando pela cor. A pilsen tcheca tem uma cor dourada puxando para o laranja, enquanto a alemã puxa para o amarelo claro. O aroma da pilsen alemã é mais floral, com um toque terral, que alguns conhecidos nossos já chamaram de "poeira". A pilsen tcheca puxa mais para o malte e o lúpulo herbáceo.
O sabor também tem contrastes interessantes. A alemã é mais seca, com menos malte e um lúpulo mais "picante". O amargor é quase o mesmo. O final da Wernesgrüner é mais seco do que a nossa e conta com a persença de lúpulo floral.
Uma comparação muito interessante, que mostra a diferença entre as escolas tcheca e alemã, mostrando que mesmo as melhores pilsens não são todas iguais!
Acredito que a experiência pode ser feita entre a Urquell e a Wernesgrüner com resultados semelhantes.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Moçambique no Estadão!

Nesta quinta-feira, dia 24 de abril de 2008, o Jornal Estado de São Paulo publicou uma matéria sobre as cervejas que estão sendo lançadas por parcerias entre cervejeiros caseiros e micro-cervejarias.
Segue abaixo a transcrição da matéria:

Do 'panelão' à fábrica, uma parceria com bons frutos

Microcervejarias fazem receitas de produtores caseiros. Moçambique, primeiro exemplo no mercado, chega a SP

Roberto Fonseca - O Estado de S.Paulo

- De um lado, criatividade e boa dose de ousadia. De outro, tecnologia e maior capacidade de produção. O resultado da combinação não podia ser melhor: cerveja. Iniciadas em 2007, parcerias entre cervejeiros caseiros, que tiram suas receitas do panelão, e microcervejarias prometem boas surpresas nos próximos meses. A primeira a chegar ao mercado é a porter Moçambique, à venda no bar Anhangüera (3368-2771).

A cerveja nasceu da parceria entre os cervejeiros caseiros Marco Aurélio Zimmermann e Murilo Foltran e Reinoldo Steinhaus, dono da micro Cervejaria da Ilha, de Florianópolis (SC). Seu nome é inspirado na Praia de Moçambique, ao lado da fábrica. ''A idéia é usar a produção caseira como laboratório para futuras receitas da cervejaria'', diz Zimmermann.

A Moçambique é uma ale (de alta fermentação), com 6,5% de teor alcoólico, preta de espuma bege. No aroma, notas de malte tostado e café. No sabor, torrado moderado e final seco, com bom equilíbrio do álcool. A garrafa de 355 ml custa R$ 5,60.

Além da Moçambique, a Eisenbahn, de Blumenau, deve lançar, até junho, a Dama do Lago, uma belgian dark strong ale com a qual o carioca Leonardo Botto venceu concurso de cervejeiros caseiros da microcervejaria em 2007. Na semana passada, ele foi a Santa Catarina produzir 3 mil litros de sua receita na fábrica; em casa, cada leva é de 50 litros.

A Colorado, de Ribeirão Preto, lançará uma porter com café batizada Demoiselle - homenagem ao avião de Santos Dumont. A receita é do carioca Ricardo Rosa. Em Minas, a Artesamalt também fará pale ale com receita de cervejeiros caseiros, que venceu concurso.

http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup161981,0.htm

Imagem escaneada da versão impressa (enviada por Evandro Zanini)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

492 vivas à Reinheitsgebot!

Como não podia ser diferente, fizemos a nossa comemoração pelo aniversário de 492 anos da Reinheitsgebot. Tomamos algumas e registramos a seleção (por acaso) para a posteridade! A garrafa de litro ao fundo é uma Opus Brown Ale, uma Orval (oferecida pelo nosso amigo Eduardo Matttos), Opus XV, Moçambique e algumas Eisenbahn!


Além das cervejas acima, ainda apreciamos a Opus 17 Pilsen ainda do postmix! Segue a foto dos participantes.

Eduardo, Marco e Murilo brindando com a Opus 17 Pilsen

Vamos começar a juntar dinheiro para ir a festa de 500 anos na Alemanha!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Opus 17 Pilsen - Primeiro teste

Nossa pilsen foi para o postmix na terça passada (15/04/2008), e no fim de semana ela já estava carbonatada e pronta para ser degustada.
O resultado nos surpreendeu, pois sempre soubemos das dificuldades de se fazer uma pilsen de qualidade.
A cerveja ficou com a cor que esperávamos, um dourado profundo, próprio do estilo. O aroma ficou com bastante malte e um pouco de lúpulo e fermento. Uma bela espuma se formou e permaneceu por bastante tempo.
O sabor começa com bastante malte e logo em seguida surge um amargor bem intenso de lúpulo, tendo um final equilibrado entre o malte e o lúpulo. O amargor nos agradou muito, mas sentimos que ela podia ter um final mais seco e faltou um pouco de Saaz para deixá-la com um aroma e um final de lúpulo um pouco mais intenso.
Em resumo, ficou uma pilsen deliciosa.

Opus Pilsen x Pilsner Urquell

Para termos a verdadeira noção da qualidade da nossa pilsen, resolvemos fazer alguns testes comparativos. A primeira cerveja escolhida foi a Pilsner Urquell, a primeira Pilsen do mundo e que serviu de referência para todas as outras (embora muitas não tenham seguido esta referência ao pé da letra). Como a utilizamos como modelo para nossa pilsen, esta seria uma comparação decisiva para verificar se havíamos acertado ou não.
À esquerda Opus Pilsen e à direita Pilsner Urquell

Lado a lado, as duas cervejas ficaram muito parecidas. A cor ficou praticamente a mesma e a espuma também ficou muito parecida. A pilsen tcheca apresenta uma translucidês maior, o que era de se esperar de uma cerveja filtrada. Mas mesmo assim a nossa não ficou muito atrás.
O aroma das duas é muito semelhante também, com a nossa apresentando mais malte enquanto a Urquell apresenta um pouco mais de lúpulo.
No sabor ficamos muito satisfeitos com a comparação. Ambas começam com um sabor de malte intenso, com a nossa apresentando uma intensidade levemente maior. O amargor da Opus Pilsen também é levemente maior, sendo que em seguida a Urquell apresenta um sabor mais seco e com mais lúpulo, enquanto a nossa apresenta um final menos seco, com mais malte e amargor.

Como resultado final concluímos que chegamos bem mais perto da Urquell do que esperávamos, mas já anotamos o que fazer na próxima brassagem para deixá-la mais parecida, e quem sabe, melhor (pelo menos para o nosso paladar! rs).

Em breve faremos testes com algumas outras pilsens e postaremos no blog.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Opus 20 - American Pale Ale

Para a nossa vigésima brassagem resolvemos fazer novamente uma American Pale Ale, que foi o estilo que escolhemos para a Opus 1. A brassagem foi no dia 19/04/2008, sábado.
Utilizamos 3 tipos de malte, Pilsen, Munich e Carared. A cerveja ficará com 6% de álcool e terá um amargor de 50 IBU. A Opus 1 utilizou apenas malte Pilsen, teve 5.5% de álcool e 30 IBU.
Utilizamos o resto que tinhamos de lúpulo Hallertau Magnum, um lúpulo que nos agradou muito. Para complementar, utilizamos um pouco de Hallertau Tradition, o mais perto que tínhamos de um lúpulo de amargor. E depois utilizamos MUITO lúpulo Cascade. O nosso objetivo é ter uma cerveja com bastante aroma de Cascade, com direito a dry-hopping na maturação.
Opus 18 (ESB) à esquerda, e Opus 20 à direita.

Como nossa produção foi intensa nas últimas semanas, ficamos sem espaço na geladeira para fermentar a Opus 20. Como a temperatura baixou recentemente, não nos preocupamos muito com isto.
Outro fator que contribuiu para termos cervejas maturando "ao tempo" foi a produção da Rauchbier (Opus 19). Por ser uma Lager, ela precisa de um controle maior de temperatura e bastante tempo de fermentação. A ESB ficou 1 semana na geladeira e 1 fora durante a fermentação (iremos colocá-la para maturar ainda hoje, segunda).
Opus 19 Rauchbier Bock fermentando na geladeira à 12ºC.


Mudando de assunto, nossa Pilsen já está no Postmix. Ainda está carbonatando um pouco mas já provamos algumas vezes (rs). A cerveja ficou muito boa, em breve postamos mais sobre ela.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Opus 19 - Rauchbier Bock

Sábado (12/04/08) tivemos uma reunião para conversar sobre a Acerva Catarinense na casa da Opus, e seguimos em paralelo com a produção da Opus 19.
Não havíamos decidido até pouco antes da reunião qual receita fazer, e cogitamos fazer novamente uma pilsen, mas percebemos que não tínhamos mais o malte Melanoidina, que seria imprescindível para esta receita.
Pensamos então em uma cerveja de trigo, mas o Raphael já havia saído de casa e não teríamos o malte de trigo que só ele poderia nos emprestar.
Lembramos do malte defumado, e decidimos fazer uma Rauchbier. E como sempre, acabamos exagerando na hora de montar a receita e ela ficou com uma OG de 1.86 (aprox 8%). Mas não foi sem querer!

Com o inverno se aproximando uma bock seria muito bem vinda, e foi com este objetivo que pensamos em fazer uma cerveja lager forte e defumada. Não seguimos ao pé da letra nenhuma definição de estilo, simplesmente aproveitamos o que tínhamos disponível. Utilizamos malte defumado, pilsen, munich e caramunich. Talvez ela não fique tão escura como seria de se esperar de uma bock, ou nem tão defumada como uma Rauchbier alemã, mas quem liga? :)

Tomamos paralelamente à brassagem e à reunião um barrilete de Schlenkerla Märzen, o que apesar de ser coincidência nos serviu de inspiração. Tomamos também algumas cervejas do Rapahael Tonera (Helles, Bock, Trigo e "Mistureba Dry-hopping"), e uma cerveja do Gustavo Bräscher, de Santo Amaro. Todas muito boas.

Esperamos que nossa cerveja fique boa, e desejamos um grande sucesso para a Acerva Catarinense.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Opus 18 - Extra Special Bitter

Neste fim de semana resolvemos repetir uma das nossas melhores receitas, a ESB que enviamos para o Concurso Mestre Cervejeiro da Eisenbahn.
Não haviamos repetido esta receita ainda pois não tínhamos um dos ingredientes mais importantes da receita, o malte munich.
Foram feitos alguns ajustes, como substituição do malte chocolate pelo malte Carafa III, o lúpulo de amargor de Columbus para Magnum, o amargor de 35 para 45IBU e o teor alcoólico de 5.3% para 6,5%.
Durante a brassagem contamos com a ilustre visita do Feijão, do blog oBIERcevando, que pôde provar algumas de nossas cervejas.
A ESB deve ficar pronta perto do fim do mês.


Em nota paralela, nossa pilsen (Opus 17) parece estar ficando muito boa. A sua coloração ficará em um dourado intenso, com boa translucidês. Já dá pra perceber que o amargor ficou bem acentuado, com o malte também bem presente. Esta cerveja demorará ainda uns 15 dias para ficar pronta no postmix, e uns 25 na garrafa.

Em breve postaremos algumas fotos da Opus XV (Strong Golden Ale) e da Opus 16 (Brown Ale).

terça-feira, 1 de abril de 2008

Cerveja Moçambique

Quem nos conhece pessoalmente e frequenta a Padaria Metrópole na trindade já sabia, e agora que os 2 principais blogs cervejeiros (Bob e Edu) já divulgaram, chegou a hora de anunciamos oficialmente a nossa parceria com o Reinoldo da Cervejaria da Ilha na criação de uma nova marca de cerveja artesanal, a Moçambique.

A idéia de fazermos uma parceria com o Reinoldo já existe há muito tempo, desde a época que começamos a falar em fazer cerveja em casa, lá por 2006. A idéia era utilizar nossa produção caseira como uma espécie de laboratório para futuras novas receitas da Cervejaria da Ilha, que por sua vez nos forneceria ajuda técnica nas nossas cervejas.

Depois de um atraso no início de nossa produção, a idéia voltou a ser discutida e com a rápida evolução da Opus a conversa foi ficando mais séria, até que no início do ano decidimos que deveríamos começar, definindo um estilo e fazendo uma brassagem experimental.

A definição do estilo acabou se dando por uma coincidência. O Reinoldo já estava há tempos querendo fazer uma cerveja escura, e nós estávamos com uma Porter maturando. Decidimos então adaptar a receita caseira para a fábrica e providenciar a matéria prima para fazer a brassagem assim que possível.

A adaptação da receita rendeu boas discussões. Além da nossa dificuldade em dimensionar a utilização de matéria prima para a fábrica, o que seria trabalho para o Reinoldo, tivemos que encarar uma situação nova para nós. A nossa Porter estava muito boa, mas algumas pessoas ao experimentá-la a acharam um pouco amarga demais e com muito gosto de café. Será que esta receita agradaria a um público maior? Havia chegado o momento de definirmos o público alvo da Moçambique.

A beleza de se fazer cerveja em casa é justamente termos como público alvo nós mesmos, porém a questão de mercado torna esta definição bem mais delicada. Como cervejeiros caseiros nos inclinamos a fazer algo mais intenso, próximo ao que fizemos em casa, mas o Reinoldo nos convenceu a pensarmos no nosso público como pessoas que querem beber uma cerveja diferenciada, mas não estão procurando algo muito extremo.

O resultado é uma cerveja de amargor médio, um sabor torrado presente porém equilibrado com o malte caramelo, final seco e um teor alcoólico de 6,5%.

Foto cortesia de Edu Passarelli.

Para nossa felicidade, a cerveja tem sido muito bem aceita, tanto por pessoas sem muito contato com as cervejas especiais quanto por pessoas que já estão acostumadas com cervejas diferenciadas.

O nome Moçambique é uma referência à bela praia do Moçambique, que fica a poucos quilômetros da Cervejaria da Ilha.

Ficamos muito felizes por fazer parte de uma tendência que vem crescendo no Brasil, e esperamos que estas parcerias entre cervejeiros caseiros e industriais continue a render bons frutos.