Pois é... todos os cervejeiros caseiros estão sujeitos a infortúnios, mas eles sempre causam uma certa "dor no coração" quando envolvem a perda de um lote ou parte dele.
Quando a perda é por contaminação, nos sentimos incompetentes por um momento, depois nos perguntamos "onde é que eu errei", e por fim criamos uma hipótese para o problema e absorvemos a experiência como um aprendizado.
Mas outra forma de perda acaba nos deixando mais indignados: é quando a cerveja ficou boa e a perda foi por um acidente. O Mauro Nogueira conta a história de um galão de maturação que estava "empilhado" na geladeira e acabou caindo, inundando a cozinha com uma cerveja que estava muito boa. E agora temos a nossa história, que tem um final igualmente infeliz.
Antes do Murilo viajar, fizemos uma pilsen. Era a nossa segunda pilsen, e fizemos alguns ajustes em relação à primeira cerveja. Pois bem, a cerveja fermentou por pouco mais de 20 dias e estava maturando por quase 1 mês. Além disto, fizemos uma Oktoberfest em conjunto com o Filipe Costa e o Max. Ambas estavam dentro do nosso freezer...
Há uns 15 dias atrás comecei a sentir um cheiro de cerveja azeda na garagem, e atribuí este aroma a um barril de chope de trigo que tinha aberto um tempo atrás e que tinha vazado um pouco no chão. Mas mesmo depois de remover o barril e limpar o chão o cheiro continuava.
Então a Rosi, inquieta com o aroma desagradável, olhou atrás do freezer e verificou que havia uma espuma saindo do sumidouro. Tudo bem, o fundo do nosso freezer estava precisando de uma limpeza fazia um tempo, mas aquela espuma estava esquisita. Olhando por dentro o fundo do freezer, dava pra ver que estava molhado, mas não parecia ser nada demais.
Resolvemos então fazer a limpeza no fim de semana... e qual a minha surpresa ao pegar o balde branco onde estavam maturando 17 litros de pilsen, e verificar que havia apenas um pouco de cerveja, na altura da torneira! É, estava vazando cerveja este tempo todo e lá se foi metade da produção da pilsen. Sem contar a sujeira! A espuma na verdade era a cerveja que "refermentava" ao sair do freezer...
Utilizamos baldes brancos atoxicos para maturar e engarrafar cerveja, com uma torneira bem simples acoplada. O problema é que a torneira é muito frágil e é fácil quebrar ao fechá-la. Quando isto acontece ainda é possível utilizá-la, mas é difícil de girar para abrir/fechar. Aparentemente ela ficava bem fechada, mas desta vez parece que ela cedeu um pouco e a cerveja vazou gota a gota.
O resto que estava no balde eu tomei, sem gás mesmo, e estava muito boa. Mas falaremos mais dela quando a tomarmos no postmix, onde os outros 17 litros dela foram parar...
Shit happens...
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário